Viajantes

De todas as definições que dão à vida, uma que eu já ouvi e concordo é de que a vida é uma jornada – ou como se fosse uma. Uma jornada com suas nuances. Uma jornada imprevisível, cheia de aventuras: umas difíceis, outras repletas de alegrias. A questão é que ela segue um caminho que lhe dá forma, características peculiares e que fazem cada ser único, porque por mais que a jornada seja uma, cada um percorre de um jeito. E o que se enfrenta nesse caminho? Não tenho como enumerar, tampouco saber todas as coisas que são possíveis acontecer durante o tempo de viagem. Sei do que aconteceu e acontece comigo e posso afirmar: não é uma jornada fácil! Não é uma estrada onde se caminha todos os dias sorrindo, com ânimo, com esperança, com a mesma força que se tinha quando se deu a partida. Têm dias em que apenas há movimento. Movimento que nem sempre leva consigo um sentido, movimento sem o entendimento do para onde se movimenta. É… tem dias e dias. Em alguns a empolgação de alcançar o alvo faz com que a viagem flua de maneira feliz e leve. Em outros a empolgação vai embora e é necessário saber continuar sem ela, na tentativa de não perder de vista o propósito da longa trajetória. Aliás, esse tem sido um ponto muito importante para mim: não perder de vista o objetivo, o alvo, o propósito (ou outro termo que você preferir) dessa jornada. Viajar tem disso. Viajar é em vezes cansativo e em momentos dá medo mesmo. O que não permite que haja desistência é saber o destino final, para onde a viagem levará. Quando o medo invade o viajante durante o percurso, não é viável se jogar do ônibus, avião ou barco. Isso ocasionaria um acidente trágico. É preciso continuar ali, com medo ou sem ele, cansado ou inteiro. A vida é isso – ou pelo menos se assemelha a isso. Por isso, acho importante passar para dizer o que outra pessoa infinitamente mais importante e experiente que eu já disse: tenha bom ânimo, pois apesar das aflições que a viagem traz, há quem já tenha vencido tudo isso para facilitar a trajetória dos demais viajantes e proporcionar paz em meio a todos os obstáculos que aparecem diariamente.

É tarde demais para desejar Feliz Páscoa?

IMG_20180126_174739585.jpg
Eu tive muito medo esse dia, mas não tinha como me jogar do avião para o medo passar, e por mais que tivesse como fazer isso, eu morreria se a tentativa fosse bem sucedida. Isso me ensinou duas coisas: 1- não posso permitir que o medo me leve ao ponto de desistir da caminhada; 2 – o medo me impede de ver as coisas belas que a viagem traz.

“Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.” (João 16:33)

Sobre o Autor

Nívea Lopes
Nívea Lopes

Nívea Lopes, professora de Língua Portuguesa e artista.

0 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *