Soneto da Reprimenda

Ouvi um coro anunciar a liberdade
prometendo me salvar da vã luta
mediante a voz fingida de quem jura:
ser livre é provar de toda vaidade.

Desejos todos se tornam verdade
por parte de quem a tudo desfruta
sem ao limite conceder escuta
pelo dessaber da oculta maldade.

Nega-se, assim, um dano inevitável
a quem, sem medida, prova do luto
rejeitando o negar indispensável.

E no desejo do querer astuto
aquele ser livre torna-se instável
em sua busca ao prazer, perde-se tudo.

Foto: Gilton Lopes Nascimento

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