casa-coração-casa
Cansada dessa bagunça
em que somente pus o olho;
sujeira de pôr a molho,
que só à força se expulsa.
Imundice impregnada
de que há dias não se cuida;
lixo que escondido estava
debaixo de roupa suja.
Numa casa não tão grande
e nem de muitos segredos;
apenas antigos medos
que pingam a cor de sangue.
Quem suporta essa limpeza?
Quem tem pano suficiente?
De cansaço, descontente.
Resta a reza sem braveza.
Eita, casa-coração…
Peço que o Senhor lhe acuda,
que lhe deixe limpa e sã
dessa, então, angústia aguda.
Foto: Gilton Lopes Nascimento
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